COMPUTADORES NA EDUCAÇÃO:
PORQUÊ, QUANDO E COMO?(VALDEMAR W. SETZER) Mestrado IM/NCE - Informática e Educação (abril/2002) Professor: Fabio Ferrentini Sampaio Alunos: Carlos Roberto França e Ilan Chamovitz O artigo em
questão visa, segundo o autor, a esclarecer dúvidas que atingem tanto a pais
quanto a escolas, sobre a melhor forma de fazer com que seus filhos obtenham
os benefícios do computador e apresentar uma proposta para sua utilização
como ferramenta educacional. Segundo o
autor, devido ao fato do computador ser utilizado de forma universal e pela
necessidade humana de se desenvolver a curiosidade e a percepção sobre
máquinas e fenômenos, é necessário
ensinar o que são computadores, e
como empregá-los em aplicações,
adequada ou inadequadamente.
Objetiva-se assim, criar nos estudantes um senso sócio-crítico da sua
utilização. O autor
compara computadores a outras máquinas e identifica que os mesmos também
transformam materiais, porém o resultado da transformação de computadores não
tem consistência física, pois é uma representação de pensamentos. Conclui então que o computador caracteriza-se como máquina
abstrata, maquina matemática. Então
entendemos que o computador, para executar comandos, necessita de raciocínio
de causa-e-efeito, como na Matemática.
As instruções para os programas constituem uma linguagem formal, que
pode ser definida matematicamente. A
linguagem natural é ambígua, a linguagem formal não. O raciocínio matemático é da mesma
natureza que a prova de teoremas. Ao citar o
pensador austríaco Rudolf Steiner, que em 1919 criou a chamada
"Pedagogia Waldorf" o autor descreve, de forma resumida, os três
primeiros setênios de evolução humana e suas características relacionadas com
a educação escolar, e conclui que
computadores não devem ser usados antes do Colegial. Resumimos as características na tabela
abaixo:
Para descrever as formas de
uso de computadores na educação, o autor coloca, basicamente, três formas: A primeira é o
aprendizado da linguagem de programação LOGO para desenvolver um raciocínio
matemático em crianças a partir de 4 anos que, na opinião do autor, se for usado
antes do segundo grau prejudica a mente da criança e do jovem. Outra forma
seria a instrução programada automatizada onde, após apresentar um tema,
eventualmente com som e animação, o aluno deve responder a perguntas e,
dependendo da resposta, é apresentado novo tópico ou um retorno ao anterior, caso sua resposta seja errada. A principal crítica a esta forma é que
ainda se faz necessária à utilização de uma linguagem formal, não dá margem
para a criatividade. Para o autor,
esta forma seria inadequada antes do colegial. As simulações
de experiências fazem parte de outra divisão apresentada pelo autor. O problema apontado seria que algumas
simulações não levam em consideração todas as possibilidades de ambiente,
estando limitadas, podendo levar a criança a uma alienação. O autor recomenda que, para alunos do
primeiro e segundo graus, fossem
utilizadas apenas simulações que podem ser reproduzidas no mundo real. Finalmente, os
sistemas de uso geral, como planilhas, editores, sistemas gráficos e gerenciadores
de bancos de dados, que forçam um raciocínio lógico-matemático, com uso de
linguagens formais, somente devem ser apresentados aos alunos a partir do
colegial. Ao concluir
que os computadores devem somente ser utilizados a partir do colegial, o
autor lembra que, o fascínio exercido pela máquina pode ser substituído pelo
talento de um bom professor. Coloca como idade ideal os 17 anos, cita sua
experiência pessoal com seus filhos e justifica esta idade pela maturidade e
formação do jovem nesta época. Para oferecer
uma proposta para educação na área tecnológica, o autor lista os assuntos que
devem ser tratados no primeiro, segundo e terceiro graus. De forma bem resumida, no primeiro grau
apresenta os circuitos elétricos de forma elementar, no segundo grau mostra
bases numéricas decimal, binária e introduz ao funcionamento do computador e
no terceiro grau introduz às
linguagens de programação, algoritmos, etc. Coloca que o correio eletrônico também deve ser introduzido no
terceiro grau, pela maturidade adquirida pelo aluno nesta fase. O autor
conclui afirmando que o problema do ensino estar péssimo não é tecnológico, e
sim humano. Cada ser humano tem sua
individualidade sagrada, e não é composto por circuitos. Afirma que a introdução precoce de
computadores prejudica a infância e a juventude e pode causar desastres
mentais nas pessoas que, por serem mentais, não podem ser vistos. |