POEMA - Maratona
Adormecido na madrugada,
Cospos cansados de responsabilidade.
Levantam para o dia-a-dia de
resistência.
Ruídos de janelas famintas de gostos.
Água aquecida em sabor de café.
Pão rezado pela paixão.
Alimento moderado à mesa.
Barulhos exaustivos
De despertadores ao longe.
Início dos ensaios de providências a serem tomadas...
Amor vivido no exercício de dobrar
A esperança e construir o futuro próximo.
Lembranças apetitosas
De crianças com merendas...
Leva a mão aos olhos cansados
Em diferença do tempo...
Liga a voz rotineira do rádio.
Companheiro ilegítimo
Que acerta os ponteiros
E avisa da maratona.
Mesa posta pelo destino,
Apresenta ao espelho a existência.
SILVEIRA,1991,p.28.